domingo, 2 de outubro de 2011

Sunset Party




Hoje eu e a Timberli decidimos ir ler os nossos livros para a praia.

Fomos para o Tamariz e abancámos num sofá a ler. Um pouco sem querer acabamos por dar de caras com uma ‘sunset party’. Música alta, um montão de gente bonita e uns quantos a dançar. Ver o angolano a dançar é algo de extraordinário. Acreditem que todos os tugas que dançam nesses inúmeros bares e discotecas que proliferam por aí parecem uns atadinhos perto de um qualquer angolano dançante.

Eu nunca fui muito moço de ir a discotecas nem de gostar de bares dançantes, mesmo em novo sempre preferi passar as noites em bares calmos, apenas com música ambiente, a ter conversas de teor filosófico (filosofias de adolescente) com os amigos, acompanhados por uma(s) garrafa(s) de vinho ou uns cálices de porto mas uma vez ou outra, uma ou outra pessoa lá me conseguiu convencer a ir a uma ou outra discoteca. Enquanto nas discos da tuga sempre apanhei grandes secas, encostava-me a um canto e ficava lá a beberricar uma qualquer substância alcoólica e a olhar para uma ou outra rapariga bonita a dançar aqui a coisa é diferente. Se há coisa que o angolano não tem é complexos, não sei se será por dançar em inúmeras festas desde pequeno ou se vem da educação, o angolano é completamente livre numa pista de dança e dança de tal forma cativante que nos faz (aos toscos que são amarrados como eu) aproximar da pista de dança e ficamos ali na fronteira entre a ‘não pista’ e a pista, com o pézinho já a pisar dentro da pista e com uma vontade enorme dentro de nós a fazer força para que nos juntemos a eles. Uma vozinha cá dentro a dizer, vai, liberta-te, dança, salta, sem medo, se eles todos conseguem tu também consegues, mexe-te sem vergonha.

Ainda não foi hoje, só consigo dançar assim se estiver sozinho no quarto ou na sala... basta que  existia um par de olhos nas proximidades e fico com umas grilhetas muito pesadas amarradas aos pés e então apenas cruzo os braços, vou abanando o joelho direito e fico ali, cheio de vontade de ir para o meio deles  mas sem coragem para o fazer, com medo de fazer figura de urso e ser expulso da pista por todas as pessoas que querem realmente dançar. Alguém que ande por ali a olhar muito atentamente para os joelhos do pessoal vai ver que eu estou de facto a dançar... apenas com o joelho direito, mas para todas as outras pessoas sou simplesmente alguém com um ar muito sério a ver todo o resto do pessoal divertir-se.

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1 comentário:

  1. tu tens sangue angolano do Ambriz. dança à vontade talvez te saia até uma dança tribal de um grande soba de qun se julgava não haver descendencia. beijos
    mg

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